Há quem diga que todas as noites são de sonhos. Mas há também quem garanta que nem todas,só as de verão. Mas no fundo isso não tem muita importância. O que interessa mesmo não são as noites em si,são os sonhos. Sonhos que o homem sonha sempre. Em todos os lugares,em todas as épocas do ano,dormindo ou acordado. (Shakespeare )
segunda-feira, 1 de outubro de 2012
domingo, 2 de setembro de 2012
Leitura e interpretação textual. Sujeito e predicado
INTERPRETAÇÃO DE TEXTO- SUJEITO E PREDICADO
Leia o texto com atenção:
SINAIS DA TERRA
O aquecimento global pode parecer demasiado remoto para nos causar preocupação, ou até mesmo incerto – talvez apenas uma projeção feita pelas mesmas técnicas computacionais que muitas vezes não acertam nem a previsão do tempo da semana que vem. Num dia gelado de inverno, poderíamos achar que alguns graus a mais na temperatura não seria tão mau assim. E os alertas sobre as mudanças climáticas súbitas podem parecer uma tática radical dos ambientalistas para nos obrigar a abandonar nosso carro e o conforto do nosso estilo de vida.
Talvez essas idéias nos consolem. Contudo, a Terra de fato tem notícias perturbadoras para nos dar. Do Alasca aos picos elevados dos Andes, o mundo está se aquecendo – agora mesmo, e depressa. Em termos globais, a temperatura subiu 0,6° C no último século, mas os lugares mais frios e remotos se aqueceram mais. O gelo está derretendo; os rios, secando; e os litorais, sofrendo erosão, ameaçando a vida de muitas comunidades. A flora e a fauna também estão sob pressão. Não se trata de projeções, mas de fatos concretos. (...)
Há séculos derrubamos florestas e queimamos carvão, petróleo e gás, e despejamos na atmosfera dióxido de carbono (gás carbônico) e outros gases que aprisionam o calor mais rápido do que as plantas e os oceanos conseguem absorvê-lo.
(...) Na verdade, o que estamos fazendo é pôr mais cobertores em cima do nosso planeta.
(APPENSELLER, Tim. Sinais da Terra. National Geographic Brasil, setembro de 2004.)
2. Leia e copie as respostas em seu caderno. Compreensão do texto: marque com um X a resposta correta.
a) O texto esclarece que a temperatura subiu 0,6° C:
(A) nos últimos meses.
(B) no presente milênio.
(C) no último século.
(D) na última década.
b) O resultado de estarmos “há séculos derrubando florestas e queimando carvão, petróleo e gás” é
(A) a absorção rápida do calor.
(B) o aquecimento do planeta.
(C) o congelamento das águas dos rios.
(D) a diminuição das águas dos oceanos.
c) A questão central tratada no texto é
A) os efeitos da erosão.
(B) as mudanças climáticas.
(C) a poluição dos oceanos.
(D) a derrubada das florestas.
d) A finalidade desse texto é
(A) pressionar os políticos.
(B) aterrorizar os jovens.
(C) conscientizar as pessoas.
(D) criticar os ambientalistas.
3. Copie em seu caderno. Classifique os sujeitos da frase em: simples, oculto (desinencial), composto, indeterminado:
a) O picolé estava gostoso. __________________________________________________________
b) Talvez essas ideias nos consolem.___________________________________________________
c) Estava frio à noite. _______________________________________________________________
d) A casa e a fazenda estão à venda. ____________________________________________________
e) A flora e a fauna estão sobre pressão.____________________________________________________
4. Identifique o sujeito e o predicado de cada frase e classifique os tipos de sujeito:
a. O homem colou o cartaz.
b. Fomos ao clube hoje cedo.
c. O aluno precisa de incentivo.
d. Lucas desobedeceu ao pai .
e. Deram o boneco as crianças.
f. O pássaro não voou pela manhã.
g. Dormimos bastante no feriado.
h. Tenho um grande amigo.
i. O rei e a rainha foram ao baile.
j. O aquecimento global não é remoto.
quarta-feira, 8 de agosto de 2012
"Desvendando Palavras"

Histórias da velha Arigó
Ariadne Araújo
O causo que eu vou contar agora mudou a minha vida para sempre. E da minha família também. Até aquela época, com apenas oito anos de idade, eu vivia uma vida calma numa pequena cidade de serra de nome Baturité, no meu Ceará. Eu era uma meninota cheia de saúde, alegre e festejada por todos pela cara de anjo que Deus me deu com olhos azuis e um cabelo louro cacheado. Mas meu pai, um agricultor da região, caiu em desgraça. De repente, perdeu toda a safra com a seca que, de tempos em tempos, expulsava gente para a Capital ou outras regiões do País. Naquele ano, nos idos de 1910, depois de mais um prejuízo, ele resolveu que chegara a nossa vez de ir embora.
O destino escolhido era o distante Acre, na fronteira do Brasil com outros dois países, a Bolívia e o Peru. Igual ao de milhares de outros nordestinos na mesma situação, dispostos a arriscar tudo ou nada no Norte do País, nas imensidões e perigos da floresta Amazônica.
De tão pequena, muita coisa perdeu-se na minha memória. Mas alguns episódios nunca mais vão se apagar. O dia da partida, por exemplo. No antigo porto de Fortaleza, no bairro por nome Iracema, a gente tinha a imensa visão do mar e, lá longe, da grande embarcação que nos levaria para longe. Mas, do alto da ponte de ferro onde esperávamos o embarque, era difícil imaginar de que forma chegaríamos até o navio, cujo apito alto mandava o aviso nervoso de que já era tempo de partir. Mas logo, logo saberíamos a resposta.
Com o apito, o negócio era apressar a partida. Os adultos desciam por conta própria até o bote que nos levaria ao navio. Mas, na nossa vez, o tratamento era o mesmo dado às cargas. Para não perder tempo, cada um de nós, pequeninos, era jogado da ponte metálica para o bote onde os pais e familiares tratavam de segurar o vôo ainda no ar.
Mas, antes da minha vez, o arremesso de uma criança não deu certo. No bote, o homem não conseguiu alcançá-lo a tempo e o menino acabou batendo a cabeça e caindo no mar.
Morreu na hora. Diante de nós, em meio ao terror daquela cena, as ondas gigantes mostravam que o risco de morte estava apenas começando. .
Nos inte
riores da Amazônia, meu pai foi trabalhar como seringueiro, entrando pelo território da Bolívia, tirando o sustento da extração do leite branco das seringueiras, as enormes árvores de onde se tirava o látex para fazer a borracha. Nossa família foi morar nas margens de um igarapé. No meio das árvores, da vida na selva, a gente sabia que havia perigos por todos os lados. Um deles eram as patrulhas de bolivianos que andavam na área expulsando os brasileiros. Uma noite, nós já estávamos todos dormindo, um desses grupos chegou. No comando dessa patrulha, uma mulher boliviana.

A notícia era que onde eles passavam era morte certa. Mas, se isso era mesmo verdade, naquela noite fomos salvos por uma espécie de milagre. Armas nas mãos, a patrulha prendeu toda a minha família, mas a chefe me viu e se encantou comigo, com meu cabelo loiro, com meus olhos azuis, algo nunca visto por aquelas bandas, naqueles tempos. Ela perguntou o meu nome, passou a mão sobre minha cabeça e disse ao meu pai que me levasse dali para o mais longe possível. Depois, foi embora sem nos fazer mal algum.
Lembro que foi exatamente isso que meu pai fez. No dia seguinte, cedo da manhã, a família fez a mudança. Fomos morar numa área habitada por muitos outros brasileiros, já dentro do território do Brasil, onde estaríamos em segurança. Muitos anos mais tarde, quando meu pai morreu, eu, já adulta, voltei para a minha terra de nascença. Mas nunca poderia esquecer estas coisas que eu conto agora para os meus netos. Uma história cheia de riscos e de aventuras. A história da minha vida. Da minha família. Também dos primeiros trabalhadores que povoaram a Amazônia brasileira no começo do século XX.
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Leia, a
seguir, o trecho do livro Transplante de menina, de Tatiana Belinky.

Aquelas
multidões enchendo toda a avenida, aquele corso - desfile interminável e lento
de carros, pára-choque com pára-choque, capotas arriadas, apinhados de gente
fantasiada e animadíssima. Todo aquele mundaréu de homens, mulheres, crianças
de todos os tipos, de todas as cores, de todos os trajes - todos dançando e
cantando, pulando e saracoteando, jogando confetes e serpentinas que chegavam
literalmente a entupir a rua e se enroscar nas rodas dos carros... E os
lança-perfumes, que que é isso minha gente! E os "cordões", os
"ranchos", os "blocos de sujos" - e todo o mundo se
comunicando, como se fossem velhos conhecidos, se tocando, brincando, flertando
- era assim que se chamavam os namoricos fortuitos,. a paquera da época -, tudo
numa liberdade e descontração incríveis, especialmente para aqueles tempos tão
recatados e comportados...

Tatiana
Belinky: Transplante de menina, São Paulo, Moderna, 2003, pp. 101-103.
Tatiana
Belinky nasceu na Rússia. Aos dez anos, emigrou para o Brasil, onde mora até
hoje. É considerada uma das maiores escritoras de nossa literatura
infanto-juvenil. Em seu livro transploante de menina, ela narra memórias de sua
terra natal, a viagem para o Brasil, as primeiras impressões, sua infância e
juventude no novo país.
Após a
leitura do texto reflita e responda sobre as questões:
O que a
autora rememora?
Por que ela o
considera marcante?
terça-feira, 31 de julho de 2012
Atividades de leitura
Minha vida de menina
Quarta-feira,
28 de agosto [de 1895].
Faço hoje quinze
anos. Que aniversário triste!
Vovó chamou-me cedo,
ansiada como está, coitadinha, e deu-me um vestido. Beijou-me e disse: “Sei que
você vai ser sempre feliz, minha filhinha, e que nunca se esquecerá de sua
avozinha que lhe quer tanto”. As lágrimas lhe correram pelo rosto abaixo e eu
larguei
dos braços dela e vim desengasgar-me
aqui no meu quarto, chorando escondida.
Como eu sofro de ver
que mesmo na cama, penando como está, vovó não se esquece de mim e de meus
deveres e que eu não fui o que devia ter sido para ela. Mas juro por tudo aqui
nesta hora que vovó melhorando eu serei um anjo para ela e me dedicarei a esta
avozinha tão boa que me quer tanto.
Vou agora entrar no
quarto para vê-la e já sei o que ela vai me dizer: “Já estudou suas lições?
Então vá se deitar, mas procure antes alguma coisa para comer. Vá com Deus”.
Helena Morley. Minha vida de menina.
São Paulo: Companhia
das Letras. Publicado em 1942, aos 62 anos.
Helena Morley, pseudônimo usado por
Alice Dayrell Caldeira
Brant. A autora nasceu em Diamantina,
em 1880, e faleceu
em 1970, no Rio de Janeiro.
O diário de Helena Morley foi
escrito no século XIX, ao longo
de três anos, e publicado quarenta e
sete anos depois, com
o título Minha vida de menina.
histórico
Mercador de escravos
Quando eu
morei na Nigéria, ouvi de vários descendentes de ex-escravos retornados
do Brasil que seus
antepassados trouxeram consigo um saquinho de ouro em pó. E que os menos
afortunados desembarcavam em Lagos com os instrumentos de seu ofício e alguns
rolos de tabaco, mantas de carne-seca e barriletes de cachaça, para com eles
reiniciar a vida. É provável que tenha sido também assim, com seu contrabando de
ouro ou o seu tanto de fumo e jeritiba, que alguns dos traficantes brasileiros
instalados no golfo do Benin começaram os seus negócios.
Não foi
este, porém, ao que parece, o caso de Francisco Félix de Souza. A menos
que estivesse mentindo
quando disse ao reverendo Thomas Birch Freeman que chegara
à Costa sem um tostão e
que foram de indigência os seus primeiros dias africanos – confissão
corroborada por um parágrafo de Theophilus Conneau, no qual se afirma que
Francisco Félix começou a carreira a sofrer privações e toda a sorte de problemas.
Outro contemporâneo, o comandante Frederick E. Forbes, foi menos enfático, porém
claro: Francisco Félix era um homem pobre quando desceu na África.
Que ele
tenha, de início, como declarou, conseguido sobreviver com os búzios
que furtava dos santuários
dos deuses não é de estranhar-se. Os alimentos eram muito baratos naquela parte
do litoral. Numa das numerosíssimas barracas cobertas de palha do grande
mercado de Ajudá, recebia-se da vendedora, abrigada sob o teto de palha ou
sentada num tamborete atrás do trempe com seu tacho quente, um naco de carne
salpicado de malagueta contra dois ou três cauris.
Custava outro tanto um
bocado de inhame, semienvolto num pedaço de folha de bananeira e encimado por
lascas de peixe seco. E talvez se obtivesse por uma só conchinha um acará.
Alberto da Costa e Silva. Francisco
Félix de Souza, mercador de escravos. Rio de Janeiro:
Nova Fronteira/Editora da
UERJ. Publicado em 2004, aos 73 anos.
Nesse relato histórico, o autor procura
reconstituir a vida de uma personagem
importante da história do Brasil,
Francisco Félix, o Chachá, um
mercador de escravos. Os fatos relatados
por Alberto da Costa e Silva
são fruto de investigações que ele
realizou ao longo de quase sessenta
anos. Observe que embora inicie esse
segundo capítulo do livro mencionando
uma experiência vivida por ele, logo em
seguida o autor passa a
relatar fatos e informações relativas à
personagem sobre a qual escreve.
Ele é um observador da história de Chachá.
Por
parte de pai
Minha cama ficava no fundo do quarto. Pelas frestas da
janela soprava um vento resmungando, cochichando, esfriando meus pensamentos, anunciando
fantasmas. As roupas, dependuradas em cabides na parede, se transfiguravam em
monstros e sombras. Deitado, enrolado, parado imóvel, eu lia recado em cada
mancha, em cada dobra, em cada sinal. O barulho do colchão de palha me
arranhava. O escuro apertava minha garganta, roubava meu ar. O fio da luz
terminava amarrado na cabeceira do catre. O medo assim maior do que o quarto me
levava a apertar a pera
de
galalite e acender a luz, enfeitada com papel crepom. O claro me devolvia as
coisas em seus tamanhos verdadeiros. O nariz do monstro era o cabo do
guarda-chuva, o rabo do demônio o cinto do meu avô, o gigante, a capa “Ideal”
cinza para os dias de chuva e frio. Então, procurava distrair
meu
pavor decifrando os escritos na parede, no canto da cama, tão perto de mim. Mas
era minha a dificuldade de acomodar as coisas dentro de mim. Sobrava sempre um
pedaço...
Bartolomeu Campos Queirós. Por parte de pai.
Belo Horizonte: RHJ, 1995. Escrito, aos 46 anos.
Bartolomeu Campos Queirós dedica seu livro Por parte de pai ao registro
literário de suas recordações de menino. Portanto, um
livro de memórias
literárias. Como vimos nesse trecho do
livro de Bartolomeu, é comum
encontrar em textos de memórias literárias — o autor
como personagem-
narrador da história. Ele tomou como ponto de partida
experiências
que viveu quando criança, mas não se prendeu a elas.
Ao recriar seu
passado, procura transportar os leitores para o tempo
e para o espaço
onde
ocorreram os acontecimentos narrados.
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